domingo, 9 de março de 2014

apagamento da fantasia primitivista

o Baobá apodreceu. 
foi da raiz.
quanto resolvi encarar o ocorrido e tirar a muda morta da terra, notei que o tronco tinha crescido em direção a escuridão. era um tronco raiz.

sim, ele desenvolvera. e era invisível aos olhos 
por ser dentro. 
interior do mundo de ser árvore.

Lidar com isso não foi fácil. suportar a morte.
desapego a possibilidade de desgraça.

triste fim do baobá, cujo destino era tornar à bahia
junto de outros trazidos por africanos pajés sufis. 
cuja crença era de que junto a planta a entidade vivia
e assim muitas curas para o povo oferecia.

Dentro de mim jaz baobá. jaz a pureza das culturas. a ilusão romântica apagada pela nova condição global. contaminada pelo estudo do outro exótico para um olhar no eu. 

 mas minha experiência continua, na busca pela alteridade próxima.  Possibilidades de diferentes modelos de sociabilidade. busco novos domínios formais. Procuro uma efetiva comunicação inter-humana e emancipação relacional da existência.

experiências como essas de Michel Adanson que em 1763 gerou a publicação de Familles naturelles des plantes e levou o nome científico da planta origem desse estudo, darão lugar "pulsão de jogo", compreendido por Schiller, como forma de viver: um conceito que serve para designar todas as qualidades estéticas dos fenômenos. 

Denomino beleza os fenômenos naturais.








bibliografia
BORRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009.